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segunda-feira, 14 de julho de 2014

2ª temporada- Capitulo 15

SeuNome mode On
Peguei o carro do meu irmão, eu precisava dar uma volta, ir pra algum lugar tranquilo, precisava pensar, rever tudo que havia acontecido naquele dia, lembro de uma vez quando vim pra SP com o Pedro de um prédio de estacionamento abandonado, que tinha uma vista linda pra cidade. Me dei conta que estava já no caminho de lá, quando cheguei a parada era sinistra, mais silenciosa, entrei com o carro só pra deixar ele meio escondido, havia alguns pedreiros ali, me informei se era seguro subir lá em cima, eles me afirmaram que sim, o prédio só não funciona mais porque não suportava o peso de muitos carros, eles pediram se eu não tinha medo de subir, mas naquele momento se o prédio desabasse eu não estava me importando, minha vida já estava acabada mesmo. Quando cheguei no último andar fui caminhando até a beirada, me sentei no chão e fiquei com as pernas suspensas no ar, e realmente a vista dali era incrível, o prédio era um pouco distante da cidade, acho que andei mais ou menos uma hora, e acho que saí de SP, foquei em um ponto qualquer e todas as lembranças vieram em minha mente, todos os sorrisos, todas as lágrimas e sofrimento.. fui dispersa dos meus pensamentos com uma mensagem do Thomas.

Thomas: "Oi, já to sabendo do que aconteceu =/ e quero conversar contigo, acho que não sou um melhor amigo, mas dou pro gasto, ou não?"

Sorri pra mim mesma, Thomas realmente era um amigo e tanto, o que fode porque ele é melhor amigo do Pedro, mas eu sei que posso confiar nele.

SeuNome: "Oii Thoso, também quero conversar contigo, to precisando de um ombro amigo nessas horas... :("
Thomas: "Sabe que pode contar comigo! Onde você está agora?"
SeuNome: "Num prédio abandonado olhando pra cidade da garoa, rs."
Thomas: "Onde fica esse prédio?"
SeuNome: "Num bairro longe pra kct, hahahahaha!"
Thomas: "Quer que eu vá aí? Ou você já vai voltar pra cá?"

Olhei no relógio e já estava ficando tarde, e eu não conhecia aquele lugar, e não seria uma boa ideia eu ficar aqui sozinha até o Thomas aparecer, seria melhor marcar com ele na casa dele, ou sei lá de quem.

SeuNome: "Tá ficando tarde, vou pra casa e a gente se encontra por lá!"
Thomas: "no seu irmão? Mesmo prédio do...?''
SeuNome "aham..."
Thomas: "Vamos fazer assim, você vem aqui em casa, melhor."
SeuNome: "Tá, pra mim tanto faz.. Vou indo, quando chegar te mando sms, beijos"
Thomas: "Beijos e cuidado, te amo mala."
SeuNome: "Te amo traste, rs"

Desci com mais rapidez do que subi, entrei no carro e fui, depois de mais ou menos uma hora e meia cheguei em casa, o carro de Pe estava estacionado na frente do prédio o que me gelou na hora, várias hipóteses passaram pela minha mente, encontrar ele no elevador, encontrar ele na minha casa, encontrar ele na porta da casa dos pais dele, minha vontade foi voltar correndo pra dentro do carro e só sair de lá quando visse ele saindo, mas não, segui em frente, precisava tomar um banho e depois ir na casa do Thominhas. Assim que a porta do elevador se abriu entrei correndo e apertei pra subir, ao chegar corri como um jato e entrei no apartamento do meu irmão. Corri pro banheiro tomar um banho, coloquei essa roupa.
Prendi meu cabelo, avisei meu irmão que estava saindo, pedi o carro emprestado novamente e segui até o ninho do Thoso, ao chegar toquei a campainha e logo apareceu um Thomas de avental, sem camisa, e uma bermuda azul marinho.

Você: Acho que errei de apartamento, eu pedi um amigo e não um cheff de programa pornô de culinária.
Thomas: Idiota.
Você: Também te amo.
Thomas: To preparando nossa janta. -ele fechou a porta e voltou pra cozinha-
Você: Hmmmmmm, xô adivinhar... macarronada ao molho branco?
Thomas: Acompanhado de filé de frango, minha especialidade!
Você: Tudo isso só porque eu vim, ai que amor!
Thomas: Viu, como eu sou um amigo e tanto!

Eu nunca ri tanto na minha vida como eu ri nesse tempo em que ele estava fazendo comida até jantarmos, eu tava precisando de uma noite assim, mas não iria durar muito tempo, porque de repente ele ficou em silêncio e falou que já sabia do acontecido e queria saber como eu estava e o que realmente aconteceu, depois de eu contar exatamente o que contei pro Pedro, e sobre a briga minha com o tal, Thomas ficou tipo 'ual'.

Thomas: Eu sabia que tinha dedo da Bruna nisso!
Você: Foda, bem que o Pedro podia acreditar nisso também..
Thomas: Eu to puto com o Pedro, não acredito que ele foi capaz de fazer o que fez.
Você: Mas fez né...
Thomas: Pensa em conversar com ele?
Você: Não.
Thomas: Mas tipo, quando ele quiser ver a Alice?
Você: Leni vai no apartamento do meu irmão, leva ela no apartamento ao lado e depois traz novamente, nada mais que isso, mais é por poucos dias logo eu vou voltar e não vou mais me preocupar.
Thomas: Aé, você tem que pegar suas coisas lá né!
Você: Não Thomas eu não vou mais me mudar de lá.
Thomas: VOCÊ O QUE? Como assim não? Não vai mais voltar pro Brasil?
Você: Não, eu já decidi vou ficar morando por Londres mesmo, trabalho e casa eu sei que tenho.
Thomas: Você não pode fazer isso, e a gente aqui?
Você: Vocês vão me visitar e quando eu tiver um tempo eu venho visitar vocês.
Thomas: VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! -ele ficou mó mal comigo-
Você: Desculpa...
Thomas: Aff. -ele levantou do sofá e foi pra sacada-
Você: Thomas, não fica bravo comigo! -fui atras dele-
Thomas: Tava tudo tão perfeito, que bosta cara! Você vai pra longe da gente de novo!
Você: Um dia eu volto.
Thomas: É, e quando vai ser esse dia? 31 de fevereiro?
Você: Tenta me entender...
Thomas: To tentando, mais tá complicado viu?!
Você: Eu preciso de uma vida nova, Pedro já me fez sofrer demais.
Thomas: Mas você o ama!!!!
Você: Eu aprendo a não o amar mais.
Thomas: Você não pode fazer isso..
Você: Eu já me decidi, desculpa.

Depois de tentar convencer o Thomas de que ficar longe do Pedro seria melhor pra mim, vim pra casa, cheguei e já dormi. Acordei no outro dia, me arrumei pra ir no cemitério, fazia uma semana que havia morrido meu príncipe, Bernardo. Thomas, meu irmão e os pais do Pedro foram junto comigo até o cemitério, não teve quem não se emocionou, até o Thomas eu vi chorando... Deixei um boque de flores rosadas, delicadas, e saí daquele lugar com a ajuda de Thomas, porque não tava me fazendo bem.

Pedro mode On.
Ligava e ligava atras do Thomas e nada dele atender o celular, estávamos todos no estúdio esperando pra gravar uns sons novos, eu não tava com cabeça pra nada, mas era trabalho, pelo menos nisso eu tenho que focar, Thomas não tinha comparecido fazia 45 minutos, quase uma hora de atraso quando ele entrou no estúdio, deu um "bom dia" coletivo com nenhum tom de animação, Pedro Lucas e Lucas já estavam a par de TUDO o que aconteceu e também não estavam pra piadas, mas Thomas assim tão quieto? Isso não é normal.

Pedro: Até que enfim apareceu a margarida.
Thomas: É, vamos começar logo.

Depois de muito tocar demos uma pausa, estávamos todos jogados no chão do estúdio.

Pe Lu: O que deu que se atrasou Thomas?
Thomas: Eu tava num lugar aí.
Lucas: Que lugar? Osh, em plena terça-feira sete horas da manhã?
Thomas: Um lugar onde só mora gente morta.
Pe Lu: Caralho maluco, que você tava fazendo num cemitério?!  -de cara ele já olhou pra mim que engoli em seco quando me toquei de tudo-
Thomas: Fui com a SeuNome, o irmão dela, e os pais do Pedro...
Pedro: Porque vocês não me falaram que iriam lá? -meu tom de voz saiu fraco-
Thomas: Pra que? Fazer a SeuApelido sofrer mais do que ela já sofreu?
Pedro: Era meu filho também...
Thomas: Pelo menos isso você acertou né, porque era um menininho. -meu peito apertou quando ele falou, eu seria pai de um menino, um filho homem, mais esse sonho se acabou antes mesmo de eu poder conhecer o rostinho dele-
Pedro: Onde fica? Eu quero ir lá depois!

Duas horas depois...

Thomas: Não foi uma boa ideia ter te trazido aqui, SeuNome disse que jamais era pra você saber que o bebê foi enterrado. -andávamos entre meio as plaquinhas de mármore daquele enorme gramado cujo era o cemitério-
Coloque essa musica pra tocar: https://www.youtube.com/watch?v=NdYWuo9OFAw
Pedro: Eu preciso ver onde que ele está agora.
Thomas: É aqui.

Senti como se não houvesse chão abaixo de mim, olhei logo abaixo e naquele mármore o nome "Bernardo  Lanza", meu filho, o filho que mataram.. O filho que eu não pude acariciar suas bochechas, o filho que eu não pude mimar durante a gestação, o filho que arrancaram do ventre da mãe, sem nem ter culpa de nada, o filho que eu não quis acreditar e acabei fazendo a maior burrada da minha vida defendendo a assassina dessa criança, defendendo a mulher que pode sim ter empurrado a SeuNome escada abaixo. Meu filho, que eu nunca tive a chance de aproximação. Senti meus joelhos fraquejarem e eu caí sobre o túmulo, em prantos, pensando em como seria minha vida se ele tivesse aqui hoje, vivo, em como ele seria amado. Meu peito pesava de culpa, culpa de tudo, chegava a soluçar, eu não aguentava mais meu próprio peso, senti o abraço de Thomas me confortar.

Pedro: Meu filho cara, meu filho.
Thomas: Calma velho, ele tá num lugar melhor agora!
Pedro: Cara, é uma dor que não tem como explicar.
Thomas: Eu entendo velho.

Fiquei sentado sobre meus joelhos, pendi meu pescoço pra trás e passei a mão pelos cabelos me perguntando o porquê de isso ter acontecido comigo, junto no pensamento veio a dor que a SeuNome deve ter sentido e eu a crucifiquei, agora eu entendo, que ela fez tudo pro meu bem, e eu defendi a outra, como eu sou repugnante, eu estou me odiando nesse momento.

Thomas: Vem, vamos embora! -ele me ajudou a levantar e eu limpei as lágrimas que ainda insistiam em cair-
Pedro: Vamos sim!

Thomas mode On.
Pensei comigo mesmo, foi uma boa eu ter trazido o Pedro aqui no cemitério, deu um choque de realidade nele, fez ele acordar, sentia em cada palavra que ele falava enquanto chorava a beira do túmulo do meu sobrinho, até eu deixei umas lágrimas escaparem vendo tudo aquilo, ajudei ele a ir até o carro, mesmo esquema da SeuNome, também chorou, também passou pela mesma coisa e eu a ajudei até o carro por falta de forças dela, estávamos com meu carro, Pedro entrou no banco do caroneiro, colocou cinto de segurança e encostou a cabeça na janela olhando pro além, eu podia ver o quão mexido meu amigo ficou, mais isso é bom, eu espero...

Pedro mode On.
E tudo se passava na minha mente, histórias, imaginações, lembranças, os momentos de felicidade que passei ao lado da SeuNome, realmente TUDO passava na minha mente, Thomas me deixou quieto no meu canto, ele entendia o quanto eu precisava refletir sobre tudo que fiz, mas, infelizmente, agora de nada vai adiantar, já estava tudo perdido, ele não poderia viver novamente e a SeuNome não poderia ser minha novamente, eu terei que aceitar e conviver com essa realidade, ou não..
.
Pedro: Cara, como será que vai ser quando eu encontrar a SeuNome no dia-a-dia? -assustei um pouco o Thomas falando assim do nada-
Thomas: Não vai ter esse problema. -ele apenas respondeu continuando sua atenção na rua-
Pedro: Como assim? Porque não?
Thomas: SeuNome não vai mais se mudar de Londres. -ele estacionou o carro na frente do prédio onde eu morava-
Pedro: O QUÊ? Ela tava falando sério quando disse que ia pra fora do Brasil.
Thomas: Pois é.. Parabéns Pedro!
Pedro: DROGA!!!!! -dei um soco no painel do carro e vi Thomas me encarar- Desculpa.
Thomas: Eu te entendo, agora cara um conselho de amigo, sobe, toma um banho e relaxa essa tua cabeça aí, mas tarde eu to aqui.
Pedro: Valeu cara.

Desci do carro e subi pro meu apartamento, ao entrar na sala a primeira cena que me veio a cabeça foi o momento da briga, depois olhei pra escada e imaginei SeuNome estirada no chão desmaiada, balancei minha cabeça pra sair daqueles pensamentos e fui tomar um banho, não tenho nem ideia de quanto tempo demorei no banho, só sei que foi muito, muito tempo.

SeuNome mode On.
Dias depois...

Assim que cheguei da agência, tomei um banho e fui almoçar com Alice, a Mi e a Mamá. Ela me contou que o clima na casa deles não está nada bom, e que Mauro está sem conversar com o Pedro. Leni troca poucas palavras, mas nada mais que isso. Segundo Michelle a banda iria viajar hoje, eu achei seguro então ir até a casa deles já que ela insistia tanto pra levar a Alice. Fazia uma semana que eu não via o Pedro, aluguei um flat pra mim um pouco distante do prédio deles pra não ocorrer eventualidade de me encontrar com ele, já que estava o evitando ao máximo.

[...]

Leni: Bebêeee da vó! -ela correu pegar ela assim que me viu na porta-
Michelle: Consegui fazer ela vir pra cá.
Você: Eu queria evitar, vocês sabem né...
Leni: A gente entende, só que podia passar o endereço pra nós irmos ali de vez em quando né!
Você: Sim, depois eu mando pra vocês duas.
Michelle: Tá, agora deixa minha mãe aí paparicando a neta e vamos lá no quarto. -ela me puxou e fechou a porta-
Você: Tem certeza que ele não vem pra cá hoje?
Michelle: Ele me disse que a banda iria viajar hoje, quer certeza maior?
Você: Ai tá.

Ficamos ali jogando conversa fora, rindo, lembrando de micos do passado, eu contando o que aprontávamos em Londres, nem vi a hora passar...

Michelle: Vamos lá na cozinha ver o que tem pra comer!
Você: Gorda.
Michelle: Eu sei, não precisa jogar na cara! -eu ri e fomos pra cozinha na metade do caminho-
Leni: O que foi que aconteceu?
Pedro: Ah, deu um problema com os aparelhos de som, e tivemos que voltar e também a bosta do avião atrasou, tá tudo dando errado ultimamente.
Você: Caralho Michelle, ele tá aqui. -cochichei pra ela já nervosa-
Michelle: Ai merda, me espera lá no banheiro, eu vou ali ver se ele vai demorar e tals, não demoro.
Você: Tá. -voltei pro quarto só que da duda, não ia ficar no banheiro, ele poderia ir, fiquei olhando na janela pra passar o tempo-

Michele mode on.
Michelle: Oi maninho.
Pedro: E ai Mi. 
Michelle: Você não ia viajar?
Pedro: Ia, mas deu uns imprevistos. 
Michelle: Vai paparicar a Alice agora? 
Pedro: Aproveitar que o Felipe deixou ela aqui hoje.
Michelle: Mãe, você viu meu tênis que tava aqui? -fui até na lavanderia e inventei qualquer merda pra minha mãe ir até lá-
Leni: Cadê a SeuNome menina??
Michelle: No banheiro, shiu. -ela voltou pra cozinha e eu continuei na lavanderia-
Pedro: Ih, cade a fraldinha dela?
Leni: Ah, acho que ela não trouxe, pega uma no quarto da duda.

Então amores é isso.. Boa leitura.. Boa noite.. Amo vocês.. Beijinhos..

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